quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Sábado 1:30 (Primeira parte)

Sábado,1:30

Encontro-me sentado em frente a uma folha em branco cheio de duvidas e inquietações, ou até quem sabe possíveis conclusões. Começo com uma idéia descompromissada como de usual: ”Vamos Alan componha mais uma canção... só pra treinar. Vamos isso não é nem um pouco difícil para você, vai lá tem tudo o que precisa bem a sua frente”.

Mas resolvo não compor uma canção desta vez, apenas registrar pensamentos que não param de tomar conta da minha tão conturbada e jovem mente.

Coloco um som do los hermanos tão alto que Camelo e Amarante chegam a berrar para fora dos fones de ouvido do computador.Abro a pasta com minhas composições e começo a lê-las uma por uma, como uma desesperada forma de tentar me entender,na esperança de conseguir eu mesmo traçar um perfil psicológico normal e saudável sobre Alan Santos.Vaga esperança que se foi depois de uma hora de profunda análise poética.

Percebo em mim mesmo através das minhas próprias canções uma busca incansável pela compreensão do sentimento amor.Como se a cada pensamento ou fase da minha vida eu apenas buscasse este tal amor,puro verdadeiro e belo que tão solenemente acredito.

Desde os primórdios da minha existência ,ou seja, desde que me entendo por gente eu estou falando de amor.Me recordo de uma vez que fui perguntar ao “figura do meu pai” aos 5 ou 6 anos se não me engano como era “amar alguém pra sempre”.Minha mãe soltou uma grande risada e me disse que era assunto pra gente grande,meu pai olhou pra mim e simplesmente respondeu: “você quer mesmo saber filho?Amar alguém de verdade é quando você sorri de dentro pra fora.”

Logicamente na época eu não entendi absolutamente nada e acho que hoje eu entendo o que ele quis dizer,mesmo nunca tendo sentido isso por muito tempo.”

A grande verdade é que o amor me fascina de tal forma que passo cada dia procurando entende-lo e vive-lo.Acho que isso é coisa de canceriano mesmo,afinal de contas me encaixo 100% na descrição do meu signo,somos românticos,sonhadores e platônicos por natureza.Chega a ser engraçado ver como eu e o amor temos convivido por esses 19 anos.

No começo ele veio e me fez escrever na quarta série a primeira poesia que originou várias outras e acabou com um livro imprimido na escola e entregue a todos os pais,o mais engraçado disso tudo é que todas as poesias eram feitas para uma única menina e ela nunca ficou sabendo que era a minha musa inspiradora.

Com o passar do tempo ele chegou no começo da adolescência,desordenado,confuso,enganado,divertido e por fim e mais importante:muito doloroso.Todo mundo diz o primeiro amor a gente nunca esquece,imagina o primeiro amor e primeira grande desilusão ao mesmo tempo,daí surgiu a primeira canção e a partir daquele momento nunca mais parei de compor,seja nos momentos felizes,tristes ou amenos tinha encontrado um grande e eterno amor: a música.